Combater a exclusão digital é o objetivo central dos telecentros. Trata-se de uma iniciativa fundamental para capacitar a população brasileira e inseri-la na sociedade da informação, para assegurar a preservação de nossa cultura com a construção de sites de língua portuguesa e de temáticas vinculadas ao nosso cotidiano, qualificar profissionalmente nossos trabalhadores, incentivar a criação de postos de trabalho de maior qualidade, afirmar os direitos das mulheres e crianças, para um desenvolvimento tecnológico sustentável e ambientalmente correto, aprimorar a relação entre o cidadão e o poder público, enfim, para a construção da cidadania digital e ativa.
De acordo com o Censo 2000 do IBGE, apenas 10,6% dos domicílios brasileiros têm computadores. Tudo indica que o Brasil tem 13,6 milhões de usuários de Internet (7,74% da população do país), segundo dados de maio de 2002. Argentina, Chile, Peru e Uruguai, países com populações menores que a brasileira, têm um percentual maior de usuários de Internet - 10,38% na Argentina, 20,02% no Chile, 10,73% no Peru e 13,61% no Uruguai.
O Estado que apresenta o maior grau de inclusão digital é o Distrito Federal, e o menos incluído é o Maranhão. Entre os mais incluídos temos ainda: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná. Já entre os menos incluídos estão o Piauí, Tocantins, Acre e Alagoas. Vemos que a média educacional mais alta entre essas dez unidades da Federação é a do Distrito Federal: nove anos de estudo e a renda mais alta: R$ 2.255,00 em média. Este dado confirma não só a importância da educação na geração de renda, como a importância de ambas variáveis na inclusão digital. Por outro lado, devido as características do processo econômico-social brasileiro é nítido que mesmo nos Estados mais ricos existe um enorme grau de exclusão digital, como ocorre nas periferias das grandes cidades e em áreas como o Vale do Ribeira (SP) e a Baixada Fluminense (RJ).